Rancho G Cilcle G

Em fevereiro de 1967 Elvis compou um rancho de 155 acres que está localizada em Horn Lakeno Mississippi, a poucos minutos de distância da fronteira estadual do Tennessee, onde está Graceland. Ele o batizou de Circle G, dizendo que o rancho seria uma extensão de Graceland. Ele e o seu grupo de amigos e suas esposas tinham começado a interessar-se por andar a cavalo depois de Elvis ter comprado um para Priscilla.

O hobby tinha ficado grande para os pastos de Graceland. Nos meses seguintes, Elvis e o resto do grupo iriam passar muito tempo no Circle G. Tornou-se numa diversão feliz para Elvis.

Atualmente, o rancho se dedica à criação de gado de corte. Mas, o PETA tinha planos de transformar radicalmente o lugar em um centro para promover o vegetarianismo, que seria batizado com o nome de uma das canções de Elvis, Don’t be Cruel.

"Crianças merecem saber que os animais que foram transformados em sapatos de camurça e hambúrgueres, pensam e têm sentimentos. Mais do que isso: precisam entender que eles não querem morrer, nem ser torturados em matadouros", declarou Tracy Reiman, vice-presidente executivo do PETA, em uma carta enviada aos corretores incumbidos de vender a propriedade.

"Esperamos que o Sr. Dennis McLemore não tenha um coração endurecido e deixe o PETA transformar este lugar no centro Don’t be Cruel (Não Seja Cruel), onde as vacas sejam amadas e não comidas", completou.

Mas os donos do rancho responderam que não estão interessados em arrendar a propriedade, mas aceitariam vender as terras para o PETA desde que fosse desembolsada a quantia de US$6,5 milhões.

Os representantes do PETA retrucaram que consideram o valor um roubo, argumentando que tudo não passa de um acervo com muitas lembranças de Elvis. Mesmo assim, afirmaram ter consciência de que o lugar atrairia uma multidão de pessoas e seria uma oportunidade única de promover o amor e o respeito pelos animais, fazendo uso do nome de um ídolo de tamanha abrangência

 

 

 

Extraído do livro Elvis and Me de Priscilla Beaulieu:


Era o mês de fevereiro, depois de nosso noivado. Estávamos passando de carro perto de Horn Lake, Mississipi, quando avistamos um lindo rancho — 160 acres de colinas ondulantes. Um rebanho de gado Santa Gertrudes pastava. Havia uma ponte sobre um pequeno lago, um estábulo com baias para cavalos e uma casa encantadora, numa posição privilegiada. Estava à venda.
Era a casa dos meus sonhos. Apaixonei-me no mesmo instante e comecei a imaginar Elvis e Eu vivendo ali sozinhos. Era bastante pequena para eu poder cuidar pessoalmente. Faria toda limpeza e tomaria conta de Elvis, levando seu desjejum na cama de manhã, enquanto ele contemplava Rising Sun pastando numa colina.
Pensei naquele rancho como um meio maravilhoso de escaparmos de Graceland de vez em quando. Imaginei nós dois a selarmos nossos cavalos, partindo a galope, de manhã bem cedo ou ao entardecer. As imagens eram apenas de nós dois, sem o séquito.
Estávamos decididos a comprar o rancho, sem prever o fardo excessivo que se tornaria. Elvis queria o lugar tanto quanto eu, embora Vernon alegasse que meio milhão de dólares era um preço absurdo. Ele achava que o proprietário poderia se contentar com menos e tentou nos persuadir que financeiramente não era um bom negócio. Os filmes de Elvis continuavam a perder popularidade e as vendas de seus discos ainda estavam caindo. Ele ganhava em média um milhão de dólares por filme e o dinheiro saía tão depressa quanto entrava. Contudo, Elvis tomara sua decisão. Queria o rancho de qualquer maneira.
Com a maior relutância, Vernon foi ao banco para tomar o dinheiro emprestado, oferecendo Graceland como garantia. Compramos o rancho inteiro, inclusive o gado e equipamentos, batizamos o racho de Círculo G, por Graceland.
Tínhamos dezoito cavalos nessa ocasião e todos foram transferidos para o rancho, mas Elvis tinha idéias sobre a maneira como queria que todos nós vivêssemos. Como a casa do rancho era pequena, ele comprou trailers e distribuiu um para cada família. Vernon se esforçou com a maior diligência para obter permissão da prefeitura para fazer a ligação de água e gás no rancho.
— Faça qualquer coisa que seja necessária — autorizou-o Elvis.
Não demorou muito para que estivessem sendo despejados toneladas de cimento, que seriam as fundações de concreto dos trailers. Não parou por aí. Elvis comprou pickups El Caminos ou Rancheros para cada família, até mesmo uma para o bombeiro e outra para o pintor. Gastou pelo menos cem mil dólares só nos veículos.
Elvis continuou a gastar dinheiro a rodo. Alarmado, Vernon literalmente suplicou-lhe que parasse, mas Elvis disse:
— Estou me divertindo, papai, pela primeira vez em muito tempo.
Tenho um hobby, uma coisa pela qual me sinto satisfeito por acordar de manhã.

Era comum vê-lo circulando pela propriedade, batendo em portas, acordando todo mundo, indo verificar como estavam os cavalos ao amanhecer. Estava na maior animação e havia ocasiões em que nem mesmo queria fazer uma pausa para comer — andava com um pão debaixo do braço, a fim de aliviar as pontadas de fome que por acaso surgissem. Adorava fazer compras no porão da Sears, levando para o rancho e exibindo orgulhoso ferramentas, facas, lanternas e outros equipamentos.
Naquela primavera de 1967 passamos muito tempo lá, às vezes ficando até por duas semanas, sem retornar a Graceland. Aos domingos fazíamos piqueniques e todas as mulheres levavam alguma comida simples, como galinha frita, biscoitos e saladas. Andávamos a cavalo, promovíamos concursos de tiro ao prato, vasculhávamos o lago à procura de tartarugas e cobras. Havia muita diversão, risos e uma grande camaradagem. Mas uma vez, nossa vida era coletiva, com todos participando.
Mesmo em minha pequena casa havia convidados para o jantar todas as noites, geralmente os solteiros, como Lamar e Charlie. Cozinhar para Elvis era fácil: bastava eu pegar qualquer coisa que tivéssemos para comer e deixar quase queimado. Mas havia tantos outros para alimentar que muitas vezes sua prima Patsy vinha me ajudar. Os casados jantavam em suas casas e depois vinham para a sobremesa, passando o resto da noite em nossa companhia.
Havia sempre muitas sessões musicais. Elvis, Lamar Fike e Charlie Hodge se reuniam no meio da sala e cantavam sua músicas prediletas.

Fotos do Rancho G Circle G

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