Entrevista com Lisa Marie Presley

Entrevista com Lisa Marie

 


Essa é parte da entrevista concedida por Lisa Marie para o site americano Spinner, onde falou sobre sua carreira e sobre Elvis Presley.


Que traços de sua personalidade acha que herdou de seus pais?
Ambos são muito fortes. O humor da parte dele, sem dúvida. O senso comum e a força da parte dela. Não quero dizer que ele não os tivesse, estou apenas dizendo que ela pensa em tudo.

Descreva-nos um dia típico em Graceland quando você estava com seu pai.
Eu entrava no horário dele. Ele era da noite, por isso, eu dormia de dia e ficava acordada a noite toda. E às vezes acordava muito antes dele e eu e os meus amigos fazíamos uma grande festa. Ninguém tomava conta de nós, correndo, guiando os carrinhos de golfe. Coisas de crianças.

Que canção do seu pai você ouve quando precisa desabafar?
Não há nenhuma específica e não acontece muitas vezes. Tenho tendência a ouvir material dos anos 70, por que foi nessa época que eu estive presente.

Recentemente a CNN fez uma pesquisa que revelou que 45% dos americanos de hoje se consideram fãs de Elvis. E há milhares de pessoas indo a Memphis todos os anos para lhe prestar homenagem, mesmo 30 anos depois de sua morte. Você fica preponderante com a popularidade do seu pai?
Não. Fico é mais preocupada com a nova geração, que não tem o hábito de cultivar nossa cultura e tradições de nosso país. Não quero que as pessoas esqueçam o fato de que foi ele que começou tudo. Eu sei que os pais são fãs de Elvis, mas o que pensam os jovens? Que foi a Madonna ou o Jay-Z que começaram a música?

O mundo das celebridades de antigamente em relação ao de hoje, é certamente muito diferente. O que a incomoda mais sobre a cultura das celebridades de hoje?
A moral. As nossas jovens olham para coisas que são realmente más para elas. E nós glorificamos o mau comportamento na imprensa. Quando eu era criança, não via isso. Fosse o que fosse que se fizesse, evitava-se a imprensa, pois não queríamos que vissem os nossos erros. Não fazíamos publicidade disso. As nossas jovens tem problemas com drogas, bulimia, anorexia e mostram partes do corpo para ficarem famosas.


Em relação à sua própria carreira, o sobrenome ajuda ou atrapalha?
Qualquer nome famoso ajuda uma pessoa a abrir-lhe as portas, mas isso não significa que a pessoa vá ficar dentro da casa depois. Neste momento, fico confusa em ver pessoas ficarem famosas por qualquer coisa. Eu não tento usar isso. Eu sei que as pessoas tentam se destacar. Um nome conhecido costumava a ajudar as pessoas, e se tivessem talento iam longe. Mas hoje em dia, pode-se ir bem longe sem nada.

Quais são os grandes desafios de ter e gerir Graceland?
Graceland é minha. 85% da empresa foi vendida há dois anos, e o dinheiro que recebemos foi para a empresa que criamos. É uma situação muito complicada. Basicamente, todo o dinheiro foi para fazer coisas maiores com o legado, com produtos licenciados e coisas assim. A minha mãe está presente e todos trabalham em conjunto. O programa “American Idol” esteve envolvido. Há a idéia errada de que eu vendi a empresa, o que é ridículo. Na realidade, o dinheiro voltou para a empresa, tornando-a maior.

Acha que Graceland vai permanecer na família?
Sim, todos os que lá estavam antes, continuam lá. A minha mãe está sempre presente nas coisas do dia-a-dia. Está tudo indo muito bem.

Desde que seu pai morreu, há alguma coisa que tenha aprendido com os fãs sobre o seu ele?
Com certeza você é constantemente abordada por pessoas que lhe dizem o quanto ele significou para elas.É verdade. Acontece muito, mas eu sei o que ele era sem os fãs terem que me dizer.

  LISA MARIE
 

Filha de Elvis, ex-mulher de Michael Jackson - você pode acreditar que ela tenha algo para contar. Em uma entrevista exclusiva, ela conta sobre seus três casamentos, seu pai e sua paixão por Darth Vader. 

Entrevista publicada originalmente na revista Rolling Stone.


"Não há mais razões para ser cuidadosa", explica Lisa Marie Presley "Porque tudo está no meu CD. É frustrante, guardar tudo isso por anos, sem dizer uma palavra. Eu queria que ficasse explicado de onde eu venho". Trinta e cinco anos em um mundo que a bombardeia com imagens de quem ela é, foi ou deveria ser; trinta e cinco anos de escrutínio que começou mesmo antes de seus olhos se abrirem pela primeira vez; trinta e cinco anos como a filha do mais famoso astro do rock; trinta e cinco anos tentando andar no caminho dourado mas traiçoeiro que sua vida ofereceu...e agora Lisa Marie Presley está prestes a lançar seu primeiro CD, "To Whom it may concern" (A quem possa interessar). "Se você quiser saber quem, e o que, eu sou, está lá", ela diz. "Esta é a imagem de quão eu sou problemática, ou maluca ou transtornada ou estúpida ou qualquer coisa que você queira. Esta sou eu, e vem de mim e esta é a única razão pela qual eu fiz este CD"

A maioria dos anos ela evitou falar em público. (houve, claro, a entrevista com Diane Sawyer, ao lado de seu segundo marido, Michael Jackson, mas ainda iremos falar sobre isso). Agora, tendo uma razão para falar, Lisa Marie Presley se mostra o tipo de mulher que não mede palavras ou "sai pela tangente" em assuntos "perigosos". Depois de 35 anos mordendo sua própria língua, se ela vai falar, então ela prefere falar a verdade e não uma versão cuidadosamente limpa da mesma.

Mas antes…

"Não, não, não! Fora! Fora! "ela grita, no mesmo momento em que me cumprimenta quando eu me apresento na frente de sua casa ao norte de Los Angeles, pouco antes do Natal. O problema é o pavão. Ela corre e espanta o pavão de estimação dos Presley para fora da casa. 

"Pavão dentro de casa" ela continua gritando. E depois prepara chá para nós dois.

Ela esta vestindo uma camiseta do Blue Oyster Cult (turnê de 1982) sobre uma camisa de manga comprida. De fundo o CD de Beck"s Sea Change toca; a noite se aproxima, e a música agora é Verve"s Urban Hymns. 

Eu não esperava ficar sem jeito por causa de sua beleza, mas nos primeiros instantes é exatamente o que acontece. A semelhança com seu pai é mais forte pessoalmente do que em fotos. Existe algo que confunde ao ver esses traços icônicos em uma pessoa real, que anda e está viva.

Eu também me surpreendo ao descobrir que, enquanto conversamos, o primeiro marido dela, Danny Keough, está na sala ao lado dando aula particular para os seus dois filhos, Danielle, 13, e Ben, 10. (as crianças estão em um período de mudança de escola). Logo, Keough e as crianças entram na sala onde estamos. As crianças estão rindo baixinho por causa da lição sobre faraós e as palavras "sphinx" e "sphincter". "Eu estou competindo com vídeos e vídeo games" Ele comenta. Ele parece muito realista e amigável, e nós conversamos um pouco sobre comédias britânicas. ("Ele é meu melhor amigo em todo mundo" Lisa Marie me dirá mais tarde. "A coisa mais sensata que eu fiz foi ter filhos com este homem, pois eu soube que este era o homem com quem eu poderia estar conectada pelo resto de minha vida")

Logo após nós vamos para fora, mesmo estando um pouco frio e com bastante vento, para que Presley possa fumar. Ela não fuma dentro de casa. "Só porque eu tenho um vício horrível não significa que eu precise intoxicar meus filhos". Ela fuma desde os quinze anos de idade; e antes de compreender que cigarros são terríveis para a saúde ela já estava viciada. "Eu não uso drogas desde os dezoito anos, mas este é um vício que ficou e eu não consigo me livrar dele", ela diz. O tempo mais longo que ela ficou sem fumar foi três semanas. "Estou pronta para parar de fumar mas só não sei como ainda".

Keough leva Ben ao dentista, e Danielle aparece e fica conosco. Ela senta bem perto de sua mãe. Presley não evita assuntos difíceis na frente de sua filha. Na verdade, sua filha freqüentemente faz comentários, geralmente tirando sarro da mãe. O pavão passa por nós e Lisa Marie explica que é uma fêmea chamada Honky. Eles também têm três cachorros. Presley menciona que ela costumava ter pavões em Graceland. "Mas eu era terrível" ela comenta "Eu costumava perseguí-los no meu golf-cart."

"Como os sapos?" diz Danielle, rindo.

"Shhh" censura Presley, genuinamente desconcertada. Eu pressiono por uma explicação.

"Não"" ela diz "Nada, eu era uma demente"

"Eu posso contar?" pergunta Danielle.

"Vá em frente" desiste Presley.

"Ela costumava passar em cima dos sapos com o golf-cart. De propósito."

"Eram acidentes" insiste Presley. "Meus amigos colocavam eles lá. Eu não sabia. Era horrível".

"O que há de errado com você?" brinca a sua filha.

" Muita coisa", ela brinca, suspirando.

Crianças fazem essas coisas, eu digo.
Danielle ri. "Ela era um tipo diferente de criança." diz Danielle. 

Lisa Marie Presley nasceu no dia 1 de Fevereiro de 1968. Seus pais, Elvis e Priscilla, ficaram juntos até ela fazer quatro anos de idade, depois disso, ela morou com sua mãe em Los Angeles mas sempre ia visitar seu pai, geralmente em Graceland. Seu primeiro single, "Lights Out," reflete sua herança: "Eu sempre chorava quando eu o deixava, e depois eu não queria ver você…Eu ainda mantenho meu relógio duas horas atrasado." Isso era realmente o que ela fazia; deixava seu relógio na hora do Tennessee, hábito que continuou por anos depois da morte do pai.

Quando ela era pequena ela vivia através de suas oito Barbies. "A vida delas eram a minha e eu de alguma forma perdi a minha." ela diz "Eu amava estar naquele mundo. Quero dizer, eu era uma criança bem desesperada. Não sei porque. Eu sei que eu era muito profunda e introspectiva e as pessoas achavam que eu era muito triste. Eu acho que eu era um pouco introspectiva demais para minha idade."

Assim como as Barbies, ela tinha um Snoopy que ela vestia e levava para a escola. "Eu não tinha muitos amigos, então eu fingia que ele era meu amigo", ela diz. "Ele durou por anos. O nariz dele caiu e eu costurei de volta. Ele ficou tão sujo, então alguém resolveu jogá-lo fora." (Presley ainda tem tres Snoppys em seu quarto e gosta de dormir com um deles quando está sozinha, sem os filhos ou um parceiro.)

Capa da revista Rolling Stone.

 

 

 

 

 


E também havia a música. Sempre a música. Nas semanas anteriores a esta entrevista, Presley tem trabalhado em montar sua banda: para apresentações em TV, talvez shows ao vivo, e simplesmente para acreditar que ela pode mesmo fazer isso, porque até então ela nunca o fez. Sua mãe compareceu a um ensaio. "Ela estava ficando super emocionada", diz Lisa Marie, "Ela disse "Estou tendo flashbacks de você quando você tinha três ou quatro anos de idade. Você não queria brincar com ninguém. Você não saia. Você só ficava no seu quarto com um pequeno toca discos e todos os seus 45"s"". Lisa Marie lembra de tudo isso: se escondendo, escutando música ou cantando para si mesma na frente do espelho com um microfone. "Meu pai me pegava" ela diz "Tenho certeza que ele adorava. Ele me colocava em cima da mesinha da sala na frente de todo mundo e me fazia cantar".

Todo mundo batia palma? 

"Acho que sim"

"Isso tinha muito significado para você?"

"Eu não sei. Eu acho que eu estava mais preocupada em fazê-lo orgulhoso de mim do que qualquer outra coisa. Eu estava cantando para ele."

Ela amava a música de seu pai. "Eu estava sempre feliz se eu estivesse em turnê com ele", ela lembra. "Quando ele aparecia no palco eu adorava, você sabe"

Mas haviam outros disputando sua afeição enquanto fã. Ela gostava de David e Shaun Cassidy, bem como Elton John. "Um Natal eu pedi álbums de Elton John", ela diz "e meu pai estava sentado lá enquanto eu abria os discos e disse "Quem é este filho da mãe?"
E saiu de perto. Então ele comprou alguns discos para ele "Em quem minha filha está interessada além de mim?" e eu acho que ele foi vê-lo ao vivo em um de seus shows, para ver quem ele era."

Presley escuta os discos de seu pai as vezes. "Eu me pego em certos sentimentos e escuto" ela diz "Eu gosto mais das músicas dos anos 70 porque eu estava por perto nesta época. Elas me trazem de volta memórias. Eu adoro as tristes, que não eram hits nos rádios como "Mary in the Morning." "In the Ghetto." "Just Pretend." "Solitaire." Essas são algumas de minhas preferidas. 

Enquanto criança, Presley vivia duas vidas: uma de disciplina imposta por sua mãe, e outra que talvez refletia solidão e indulgência adultas em Graceland. "Não tinha ninguém tomando conta de mim, e todos tinham medo do meu pai, e ele estava dormindo. Então quando era esse o caso, eu era uma tirana…Se ele estava dormindo, que ele quase sempre estava durante o dia, eu fazia o que quer que eu quisesse até que alguém me mandasse para o quarto dele, se eu apelasse demais. Eu era terrível. As pessoas me davam suas cameras fotográficas para eu tirar fotos, eu aceitava o dinheiro e dizia que ia tirar uma foto do meu pai, e então eu jogava a camera em algum lugar. Eu era terrível. Os fãs estavam sempre em cima das árvores ou no portão tentando fazer com que eu chegasse perto quando eu estava andando no meu golf-cart, e (eu) fazia essas coisas, jogava coisas. Era estranho, pois as vezes alguém pulava dentro da propriedade, e isso acontecia freqüentemente e eu ficava com medo: se eles estavam atrás de mim ou eles diziam "Oi eu sou Priscilla, e estou pronta para o jantar" e era um homem falando isso. Havia várias coisas malucas acontecendo naquela época."


Enquanto ela me conta isso, ainda estamos sentados no jardim, no escuro e no frio. ("Robert Blake construiu esta casa nos anos 70 quando ele estava estrelando em Baretta," ela comenta). De repente há um movimento no jardim. 
"Aquilo foi um rato"
Há mais barulho acima de nós, e eu vejo a silhueta de Honky, num galho diretamente acima de onde estamos sentados"

"Isso significa" ela diz "que nós somos alvo agora e devemos sair daqui".

Na cozinha, Danielle pergunta se eles irão à festa de Natal de Rob Zombie amanhã. Rob Zombie é um de seus amigos. "Ele é um doce", diz Presley. "Ele e a esposa, Ssheri" Eles se conheceram através de um amigo chegado, Johnny Ramone, sobre quem ela diz "Eu acredito que nós dois não fingimos sermos o que não somos", ela ri e adiciona "Somos idiotas irritantes, na verdade" Ela nem conhecia nenhum dos discos dos Ramones até eles se conhecerem. "Eu gostava de Sex Pistols e Devo, este tipo de coisa, quando eu era adolescente, mas eu nunca ouvi Ramones. Eu era apaixonada por Sid Vicious."

Seu gosto por certos homens, eu suspiro.

"Eu sei", ela diz, "Se você colocar todos eles um do lado do outro, você pensaria que eu sou psicótica".

Presley sabe que o mundo nunca mais a viu com os mesmos olhos desde seu segundo casamento, sua união com Michael Jackson em 1994. Ela fica furiosa com isso e com a idéia de que ela nunca quis nada além do que a maioria das pessoas esperam de um casamento. "Tudo o que eu consegui foi uma tempestade," ela diz. "Eu sai fora. E agora as pessoas dizem "Você parecia sana - que diabos aconteceu?" Colocou um estigma em mim. Um estigma que diz "que diabos ela estava pensando?".

Ela conta que Jackson tentou entrar em contato com ela pela primeira vez, quando ela era adolescente. Ela recebeu uma mensagem através do seu advogado - "Ele quer conhecer você; ele acha que você é bonita" mas ela deu o fora: "eu estava completamente apaixonada por Danny, e eu achava Michael estranho e não tinha nenhum interesse em conhecê-lo."

Alguns anos depois um amigo telefonou e disse que Jackson queria ouvir uma demo que ela tinha gravado. Ela não estava interessada em fazer parte do selo dele mas foi convencida que era no mínimo boas maneiras aceitar e ir ao encontro. Eles foram apresentados na casa de um amigo, e foi assim que tudo começou. 

"Ele foi muito real comigo logo de início. Ele imediatamente explicou o que ele sabia que as pessoas pensavam sobre ele e qual era a verdade."

O que foi persuasivo?

"Sim. Você se pega naquela de "Coitadinho de você, pessoa incompreendida". Eu sou uma presa fácil para isso. Então nós sentamos e conversamos, e ele não parecia ser o que eu pensava que ele era. Ele era bem real - ele estava falando palavrões, ele foi engraçado e eu pensei "Nossa…" Eu cai nessa "Você tem essa coisa de Howard Hughes que aparece na imprensa, mas você não é nada como eles dizem"".

Mas por que ele não iria querer que as pessoas soubessem disso?

"Eu não sei. Eu acho que funcionou para ele manipular esta imagem por um tempo. A estória da câmara de oxigênio, do macaco e do elefante. Fez ele misterioso, e acho que ele acreditou que era legal. Mas depois voltou contra ele, como sempre acontece". 

"Eu estava sempre dizendo, "As pessoas não me achariam tão maluca se vissem quem você realmente é: que você faz coisas como todo mundo, bebe e fala palavrões. E é engraçado e não tem esta voz aguda o tempo todo. Eu não sei porque você acredita que isso funciona para você quando não é o que acontece mais."

Após o primeiro encontro eles se tornaram amigos que conversavam constantemente. Então as acusações de abuso sexual apareceram e o mundo de Michael Jackson explodiu. "a merda foi jogada no ventilador" Presley lembra "e ele rapidamente me telefonou para me contar o lado dele da estória, então pareceu como um caso de extorsão. 

"Eu acreditei nele, porque ele foi convincente." ele faz uma careta "Eu não sei….Eu acreditava em tudo o que ele dizia, por alguma razão. É muito estranho, porque não há muitas pessoas que ele deixa ver quem ele realmente é. Existem talvez cinco ou seis pessoas, sem incluir as crianças, que já presenciaram quem ele realmente é. Mas quando você vê…." Ela sorri "Ele não chegou onde está por ser um idiota. Você vê uma pessoa que é o oposto do que ela mostra ser." Jackson estava sob ataque, e fez aparecer a vontade de protegê-lo em Presley. "Eu entrei neste papel de "Eu vou te salvar"" ela diz. "Eu achei que tudo o que ele fazia fantástico - filantropia e as crianças - e talvez nós pudéssemos salvar o mundo juntos." Ela dá uma pausa "Ok. Eu estava delirando. Eu coloquei uma idéia romântica na minha cabeça que eu poderia salvá-lo e nós poderíamos salvar o mundo."

Até então, ela ainda estava casada e eles se tornariam namorados. "Ele me ligava bastante" ela diz "Confiava em mim, o que pode ser bastante manipulador- eu não sei. Eu passei mais tempo com ele e eu cometi o erro de comentar que eu não estava feliz em meu casamento, e tudo começou. E eu terminei (meu casamento), provavelmente mais rápido que eu teria feito e este foi, provavelmente, o maior erro da minha vida."

Quando você diz tudo começou, você quer dizer paqueras como entre uma garota e um garoto? 

"Sim, flores, ligações, chocolates. Tudo."

Eu acredito que as pessoas ainda estão incrédulas quanto ao fato de você ter tido qualquer tipo de relacionamento normal de casados com ele.

"Certo"

Mas eu presumo que este foi o caso.

"Sim este foi o caso. Como eu disse, quando eu me vi nesta de que tudo era um show. Foi a primeira vez que me acusaram disso e eu fiquei chocada com os comentários".

Mas para sermos claros, na sua privacidade vocês estavam fazendo tudo que pessoas casadas fazem: beijos, ir para cama juntos, fazer sexo?

"Sim. Tudo isso fez parte do relacionamento por um tempo. E depois se tornou quase como uma guerra. Ficou bem feio no final"

Antes disso, quando era bom, você acha que isso era o que ele queria?

Uma pausa. "Eu não sei o que ele queria mais. Eu sei que parece tudo ter acontecido em um momento certo para ele, em retrospecto - o disco estava saindo, as acusações e eu cai nessa" Ela para e tenta organizar seus pensamentos "Eu posso falar sobre minhas intenções mas não posso te dizer quais eram as dele".

Notícias sobre a união dos dois chegou ao público devagar - do casamento ocorrido na Republica Dominicana em Maio de 1994, que primeiro foi negado, depois confirmado. A primeira aparição sureal deles em público foi na abertura do MTV Video Music Awards de 1994, durante o qual - no centro do palco - Jackson a beijou nos lábios. 

"Essa não foi idéia minha, aliás" ela diz "Eu fiquei aterrorizada. Foi idéia do empresário dele. Eu achei estúpido. De repente eu me tornei parte de um plano para promovê-lo positivamente". 

Pareceu uma forma de provar - para começar - que ele era heterosexual. 
"Sim, mas mais uma vez, eu não estava vendo assim. Se eu tivesse visto isso, não teria acontecido".

Ainda mais estranho e surpreendente foi a entrevista que o casal deu a Diane Sawyer em 1995, na qual Presley defende seu marido, a autenticidade de seu relacionamento e do caráter dele.

"Eu não reconheço quem eu era naquela época, hoje, assistindo aquilo" ela diz "Eu estava mesmo nesta coisa de proteção com ele - eu queria protegê-lo. Inocente como nunca. Eu nunca pensei que uma pessoa como ele pudesse me usar assim. Nunca passou pela minha cabeça, e eu não sei porque - estou certa que passou pela cabeça de todo mundo".

As pessoas ainda estão confusas com relação ao amor de Michael Jackson pelo relacionamento com crianças, sendo inocente ou não. E você o defendeu na entrevista com Diane Sawyer, dizendo como você o via com as crianças e era totalmente inocente. É isso que você ainda pensa hoje? Refletindo?

"A única coisa que eu posso dizer é que eu nunca vi nada que mostrasse algo assim (abuso). Se este fosse o caso eu teria sido a primeira a acabar com ele. Eu tenho filhos. Mas eu nunca vi nada disso. Eu fui sincera no que eu disse, porque eu não vi nada estranho. E eu notei que ele realmente tinha uma conexão grande com crianças, sendo um bebê, uma garotinha de dois anos ou um garoto de 4 anos - as crianças realmente respondem a ele"

Naquela época, você se preocupou ou mesmo pensou que poderia haver alguma verdade nas acusações? 

"Se eu me preocupei? Claro, eu me preocupei. Sim. Mas eu só tinha o que ele me dizia. As únicas pessoas no quarto foram ele e aquele garoto, então como eu poderia saber? Eu só tinha o que ele me dizia"...