1967

 

No final dde janeiro Elvis foi para o estúdio mas rejeitou as músicas oferecidas a ele para gravação.
Em fevereiro, Elvis e Priscilla avistam um rancho de 160 acres perto de Horn Lake, Mississippi em uma cidadezinha chamada Walls. O rancho não ficava muito longe de Graceland. Algumas fontes dizem que o rancho custou 300.000,00. Outras dizem que custou 500.000,00 dólares. De qualquer forma, Elvis decidou comprar o rancho mesmo com a oposição de seu pai, Vernon que sempre se preocupava com as finanças. Ele denominou o rancho de Circle G (G de Graceland). Ele contratou, entre outros, seu amigo Mike McGregor para tomar conta dos cavalos. Mike, era artesão e trabalhava em uma loja western e foi assim que ele conheceu Elvis. Quando foi contratado por Elvis, Mike passou a fazer selas, roupas e jóias para ele. Assim, mesmo após a venda do rancho ele continuou trabalhando para Elvis até o ano de 1976. A partir de então Mike abriu sua própria loja em Oxford, Mississippi, mas continuou muito amigo dos Presley. Mike faleceu em 2001. Hoje os donos da propriedade onde se encontra o rancho iniciaram a construção de um Resort chamado "The Circle G Resort". A EPE tentou impedir o projeto, dizendo que o nome de Elvis não poderia ser usado sem permissão deles. Entretanto, os donos resolveram então usar o nome que Elvis mesmo deu ao rancho. Entre as "atrações" do lugar estão a casa onde Elvis e Priscilla passaram sua lua de mel, a churrasqueira de Elvis, os estábulos, além da ponte que ele construiu sobre um dos dois lagos da propriedade.

1967 – Elvis conhece Dr. George Nichopoulos

 

Com tanto dinheiro gasto o Coronel se apressou para providenciar mais um filme. Enquanto isso Elvis se encontrava de cama com um dos costumeiros resfriados que ele pegava. O médico da família não estava à disposição e os amigos lembraram que a esposa de George Klein trabalhava para Dr. George Nichopoulos. Dr Nick, passaria a ser médico pessoal de Elvis até sua morte em 77. O consultório do Dr Nick ficava no número 6027 da Walnut Grove, em Memphis. O médico teve sua licença caçada nos anos 80 por ter receitado quantias absurdas de remédio não só para Elvis como para o cantor Jerry Lee Lewis. Nos 7 meses anteriores a morte de Elvis, Dr. Nick teria receitado 5.000 pílulas para seu mais famoso paciente. Dr. Nick se defendeu dizendo que os remédios eram para todos do grupo de Elvis, mas que a receita era sempre no nome dele pois Elvis queria sempre pagar pelas despesas. O pedido do Dr. Nick para receber permissão para clinicar mais uma vez foi recusado nos anos 90. A partir de então, o médico juntou seus pertences relacionados à Elvis e começou a exibi-los ao público cobrando 10 dólares por pessoa. A EPE considerou tal exibição como sendo de muito mal gosto. Os itens mostrados incluem: a mala preta do médico com remédios no nome de Presley datadas do dia anterior a sua morte, colar TCB, relógios, e anéis que foram dados a ele como presente.

1967 – Elvis continua filmando

 

Ainda em fevereiro, mesmo contra vontade, Elvis volta a Nashville para gravar a trilha sonora de seu próximo filme, "Clambake". A trilha foi novamente gravada em um dia só (dia 21). Logo em seguida ele foi para Hollywood para filmar nos estúdios da Universal. Elvis odiou a estória mais do que qualquer outro filme mas "precisava" fazê-lo. Vernon ficava lembrando-o que eles precisavam do dinheiro. Segundo Priscilla o desgosto de Elvis com relação ao filme fez com que o peso dele subisse dos costumeiros 75 kg para 90kg. Foi durante as filmagens de "Clambake" que um "estranho" acidente ocorreu. Aparentemente Elvis teria abusado de soníferos e teria tropeçado em um fio do aparelho de TV e caído no chão, machucando sua cabeça seriamente. O Coronel, que nunca tinha gostado de Larry Geller, colocou a culpa nele e em seus estudos espiritualistas. A partir de então os cabelos de Elvis seriam cuidados por Gilliand e Ricky Ayers e Geller seria retirado da vida de Elvis, pelo menos por um tempo. Geller, que comenta tal episódio em seu livro, conta também que no ano anterior o Coronel o convidou pela primeira vez para ir a sua casa com sua esposa e filhos. Na volta, a casa deles tinha sido invadida e vários escritos de Geller sobre Elvis e espiritualidade tinham sumido. Geller não teve dúvidas que tivesse sido o Coronel e aparentemente Elvis pensava o mesmo. O Coronel nunca aprovou a amizade de Elvis e Geller e o grupo de amigos de Elvis tinha a mesma objeção, com exceção de poucos. Na manhã do acidente durante as gravações de "Clambake", Geller estava na mansão esperando por Elvis para irem ao estúdio. Ele estava atrasado e só desceu para explicar o que tinha acontecido e que ele ficaria afastado das gravações por um tempo. Segundo Geller, a descrição que Elvis deu sobre o acidente não fazia sentido. Ele aparentemente teria dito: "Eu não sei. A única coisa que eu lembro é que entrei no banheiro e senti como se eu tivesse sido atingido. Então eu agarrei na TV, e em seguida tudo o que sei é que eu cai me segurando no tripé porque eu bati a cabeça" . Segundo Geller, esta descrição e o local do machucado na cabeça de Elvis (a frente e não atrás) além dos acontecimentos que seguiram, mostram que algo estranho aconteceu naquela manhã. De qualquer forma o Coronel chegou na mansão logo em seguida e imediatamente ordenou que Larry queimasse todos os livros espiritualistas de Elvis. Geller obedeceu. Elvis não foi internado e as únicas pessoas que podiam vê-lo eram Priscilla, os médicos e o Coronel. Elvis parecia estranhamente apático e Parker passou o tempo todo ao lado dele, algo que nunca fez durante toda carreira do seu "menino". Após duas semanas Parker convocou uma reunião para informar a todos que haveria mudanças, fazendo menções indiretas sobre Geller e os estudos. Priscilla comenta o mesmo fato em seu livro dizendo que ela estava com Elvis naquela manhã quando ele caiu no banheiro batendo a cabeça. Os médicos diagnosticaram séria concussão cerebral e o Coronel teria dito que a "concussão" de Elvis era uma oportunidade para acabar como a "exploração da Alma". O Coronel reuniu todos e disse que as pessoas estavam sobrecarregando Elvis com seus problemas e que de agora em diante ninguém teria permissão de conversar com Elvis sobre problemas. Esses deveriam ser levados a Joe Esposito. Ela, como todos ali, sabiam que as palavras eram dirigidas a Geller. Ainda segundo Priscilla, Elvis parecia abatido e não defendeu Geller (coisa que ele sempre fez). Mais tarde, o Coronel disse a Elvis que deveria afastar Larry de sua vida, porque ele usava alguma técnica para manipular o seu pensamento. Elvis alegou que isso não acontecia; estava realmente interessado em suas leituras. De qualquer forma Elvis "obedeceu" as ordens do Coronel. Algo realmente "estranho", já que todos sabiam que Elvis sempre fez questão de dar sua opinião sobre qualquer coisa, principalmente algo pessoal como suas amizades. Elvis ainda tinha guardado alguns livros espiritualistas mas segundo Priscilla, a pedido dela, ele concordou em se livrar deles, jogando os em um poço atrás de Graceland fazendo uma enorme fogueira. Ela era contra tais livros da mesma forma que o Coronel era. Assim Elvis voltou ao seu comportamento costumeiro: ao invés de ler seus livros ele brincava no set de filmagem. Comportamento este visto como "normal" ou "esperado" de Elvis por todos no seu grupo, inclusive Priscilla. Geller não tinha mais permissão de ficar sozinho com Elvis nem mesmo enquanto arrumava seu cabelo.
Em abril enquanto "Double Trouble" chegava aos cinemas Geller decidiu não voltar mais a trabalhar para Elvis. A situação ficou insuportável, o grupo passou a ser ainda mais agressivo com ele e desta vez Elvis não estava ao seu lado para defendê-lo. Geller voltaria a falar com Elvis apenas em 1973. Ele continuou com seus estudos espiritualistas e torcia para que Elvis pudesse ainda estar estudando, embora sabendo que as chances de tal coisa acontecer eram pequenas, considerando a influência oposta do Coronel e de Priscilla.

1967 – Casamento

 

Elvis e Priscilla se casam no dia 1 de maio em Las Vegas e tudo foi cuidado pelo Coronel. Eles seguiriam de Los Angeles para Palm Springs no dia anterior para fugir dos repórteres que pudessem suspeitar do casamento. Elvis, Priscilla, George Klein, Joan e Joe Esposito saíram de Palm Springs indo para Las Vegas às 4 horas da manhã. Passaram pelo cartório para pegar a licença para o casamento e como esperado, no momento em que a licença fosse pedida os repórteres apareceriam. Eles se hospedaram no Aladin hotel, que foi demolido em 1998 para que o novo Aladin fosse construído. A cerimônia foi conduzida pelo juiz David Zenoff e aconteceu às 10 da manha na suíte de Milton Prell (dono do hotel). Os convidados foram: Milton Prell e sua família, Coronel e esposa (Marie), Coronel Beaulieu e esposa e o filho Don, George Klein, Billy e Jo Smith, Patsy Presley Gambil e seu marido, Gee Gee, Vernon e Dee Presley. A irmã de Priscilla, Michelle, foi a "maid of honor" e Joan Esposito foi a "matron of honor". Joe e Marty foram co-best men. Segundo Joe, Elvis e Marty tinham um relacionamento de amor-ódio e para evitar problemas ele decidiu que o melhor era ter dois best man ao invés do tradicional best man e usher. Na tradição americana o best man tem uma posição de "maior" prestígio na cerimônia de casamento do que o groomsmen (seriam como nossos padrinhos). Assim, para evitar mágoas, ficou decidido que os dois seriam best man. Joe e Priscilla contam em seus livros que todos estavam felizes exceto Red West, porque não tinha sido convidado para fazer parte da cerimônia do casamento. O Coronel tinha dito que só havia lugar para a família e os figurantes da cerimônia. Red não participou da festa e Elvis ficou chateado com isso. O Coronel por sua vez insistia que ele tinha muita gente ao seu redor e que precisava se livrar de algumas delas. Segundo Priscilla, ela e Elvis se "arrependeram" de ter feito tudo às pressas e ter deixado os amigos e a família serem afastados do casamento. Infelizmente ela disse que quando Elvis descobriu o que o Coronel tinha feito era tarde demais para mudar qualquer coisa. "Agora, recordo às vezes a confusão daquela semana e me pergunto como foi possível que as coisas escapassem inteiramente ao nosso controle" (Elvis e eu, pag. 145). Após a cerimônia houve uma sessão de fotos, seguida por uma entrevista coletiva e uma festa, onde havia mais repórteres. Elvis e Priscilla voaram para Palm Springs para uma lua-de-mel que incluía todos da Máfia. Algumas semanas depois, no dia 28 de maio, houve uma segunda recepção em Memphis para o resto dos amigos e família. Houve ainda uma segunda lua-de-mel no Rancho. Foi lá que Priscilla descobriu que estava grávida. Quando contou a Elvis ele ficou muito feliz mesmo, mesmo eles não tendo planejado terem filhos ainda.

Ainda em 1967

 

No final de junho, Elvis gravou a trilha de "Speedway" em Hollywood. Em setembro, Elvis vai para Nashville gravar algumas músicas e logo em seguida seguiu para Hollywood para filmar "Speedway". No início de outubro, Elvis grava a trilha de "Stay Away, Joe" e logo inicia o seu trabalho nas filmagens.
Segundo Priscilla, a gravidez uniu muito o casal. Ela até mesmo o acompanhou nas filmagens de "Stay Away, Joe" no Arizona. Foi lá que ela encontrou um anúncio de uma casa a venda que ficava na Hillcrest drive 1174. Desta vez, eles não queriam alugar uma casa e sim comprá-la. A casa era no estilo Francês, com um enorme lago artificial e vista panorâmica da cidade e do mar. Era uma das mais caras e luxuosas casas das redondezas. Eles se mudaram para lá quando Elvis voltou das filmagens de "Stay Away, Joe" e começaram a mobiliar o quarto do bebê. Neste mesmo mês "Clambake" é lançado, recebendo inúmeras críticas. Elvis e Priscilla decidem passar o Natal no rancho. A festa de final de ano foi no Thunderbird Lounge, localizado na Adams Street. O dono do clube era Ernie Barrasso, amigo e vendedor de carros que vendeu a Elvis um Thunderbird em 1961. As atrações da festa neste ano incluíram: BarKays, Vaneese Stark, Billy Lee Riley, the Short Cuts e B. J. Thomas. Nesta festa, Elvis, que raramente dançava, pediu a música "Summertime" e dançou com Priscilla.