1968

 

Elvis fez questão de estar com Priscilla o tempo todo em seu último mês de gravidez. No dia 1 fevereiro, Priscilla e Elvis vão para o hospital Memorial Batista por volta das 9 horas da manhã. Lisa Marie nasceu as 5:01 da tarde. Elvis estava presente e muito feliz. Depois do nascimento de Lisa, Elvis e Priscilla voltaram a ficar mais em Graceland. Acabaram trazendo todos os cavalos com eles de volta ao estábulo original. Vernon vendeu a maioria do equipamentos e, mais tarde, o próprio Circle G. No dia 7 de fevereiro em meio à intensa euforia em Graceland, Elvis ficou muito triste com a notícia da morte do ator, e grande amigo, Nick Adams. No dia 4 de abril, Elvis é abalado mais uma vez, desta vez pela morte de Martin Luther King, assassinado em um quarto de hotel em Memphis. Elvis, Priscilla e Lisa voltam a Los Angeles, onde Elvis estava filmando "Live a Little, Love a Little". Segundo Priscilla, Elvis começou a readquirir os antigos hábitos e foi quando ela procurou uma escola de dança perto de casa para se matricular. Ela se matriculou em aulas particulares três vezes por semana tendo um caso extraconjugal com seu professor. Isso deixou Elvis decepcionado. Ela passou a fazer parte do grupo e a ensaiar até a madrugada.
Em maio, Elvis, Priscilla, Lisa, a babá de Lisa, Joe e Joanie, Patsy e Gee Gee, Lamar e a esposa e Charlie vão para o Havai de férias. Se hospedam no Ilikai mas logo alugaram uma casa já que Elvis estava atraindo uma multidão imensa para o hotel. Foi nesta viagem que Elvis conheceu Tom Jones, cujo estilo vocal Elvis admirava muito. Eles se tornaram grandes amigos desde então.

1968 – Elvis grava Comeback

 

Em junho, enquanto "Speedway" estréia nos cinemas, Elvis iniciou as gravações do Comeback Special. Segundo Priscilla, Elvis trabalhou muito no Special e estava muito empolgado com o desafio. O fato de não haver roteiro fez com que o Coronel hesitasse em concordar. Mas Elvis estava muito entusiasmado e quis conhecer Steve Binder, o diretor. Steve conquistou a confiança dele e permitiu que Elvis fosse apenas Elvis. Pela primeira vez em anos ele se sentiu criativo. A conseqüência de todo este envolvimento de Elvis em seu novo projeto foi sua ausência na vida de Priscilla e Lisa. Priscilla conta como os dois passaram a levar vidas totalmente separadas desde então.
As gravações do Special aconteceram entre os dias 27 e 30 de junho no NBC Burbank Studio. Segundo Joe, Elvis estava tão envolvido no show que eles praticamente "acamparam" no camarim durante os 3 dias de gravação, sem voltarem para casa. Apesar de todo trabalho árduo, Elvis estava feliz e a estar ao lado dos músicos e dançarinos. Bill Bellew começou a trabalhar para Elvis a partir do Special. De acordo com o próprio Bill mais de 75 macacões foram feitos para Elvis entre 1968 e 1977. O material usado na confecção era importado de Milão. O mais caro (U$65.000,00) foi o American Eagle que ficaria em um preço 4 vezes maior se fosse feito hoje. Este macacão é o único que Elvis mencionou para Bill como sendo seu favorito.
Em julho, Elvis filmou "Charro". O mês de agosto ele passou em Memphis com sua famíla e amigos, que diga-se, não saíam de Memphis quando Elvis estava lá.
Em setembro Elvis foi surpreendido com a notícia de falecimento de mais um amigo, o disc-jockey Dewey Phillips, com apenas 42 anos de idade. Phillips foi provavelmente o primeiro disc-jockey a tocar música "negra" ou "R&B" para uma audiência branca. Ele se tornou muito popular na rádio WHBQ, com seu programa "Red Hot and Blue". Foi Dewey quem entrevistou Elvis pela primeira vez logo após o lançamento de "That's All Right". Elvis que teria dito a ele não saber nada sobre entrevistas foi acalmado por Dewey que o aconselhou a apenas não dizer nada sujo no ar. O seu entusiasmo lançou não só a carreira de Elvis mas também de Carl Perkins, Roy Orbison entre outros.
Em outubro, estréia o filme "Live a little, Love a little" e Elvis voltou a Hollywood para filmar "The trouble with girls". As gravações da trilha sonora se deram em Hollywood, dia 23. A RCA lançou o single "If I can dream"(com "Edge of reality" no lado B) que superou a marca de um milhão de cópias vendidas antecipando o sucesso do especial que seria lançado em dezembro.

Dezembro de 1968

 

No dia 3 de dezembro, em horário nobre de uma terça-feira, a NBC-TV levou ao ar o tão esperado Special. Priscilla conta que durante o show todo Elvis esteve muito tenso e silencioso mas assim que os telefonemas começaram, todos compreenderam que ele conquistara um novo triunfo.O show foi sucesso de público e crítica e trouxe Elvis de volta ao seu lugar. O show foi assistido por mais de 54 mil pessoas nos Estados Unidos. Jornais e revistas elogiaram. O crítico da Eye escreveu: "É um milagre ver um homem perdido reencontrar o caminho de volta. Elvis cantou com o ímpeto que as pessoas esperam dos astros de rock'n'roll. Movimentou seu corpo com um empenho tão natural que deve ter deixado Jim Morrison verde de inveja. Não importa que a maioria das músicas apresentadas tenha mais de dez anos, pois Elvis as interpretou como se tivessem sido feitas ontem". O Record World manifestou-se: "Não foi o velho Elvis, comercializando-se na nostalgia dos seus antigos rocks e na ridícula censura de Ed Sullivan, mas sim uma apresentação atual, viril, cheia de humor, vibrante e com a agitação dos nossos dias". Outro crítico completou: "A energia que Elvis liberou em 'I'm the king of the jungle/they call me Tiger Man', foi uma volta sobrenatural aos tempos da Sun Records". E os leitores do New Musical Express, publicação inglesa dedicada à pop music, elegeram-no o "Cantor Número Um do Ano." Elvis estava de volta. A RCA lançou o LP em seguida e este ultrapassou também a marca do milhão de dólares.
Enquanto isso, Elvis decorava Graceland para o Natal. O Reveillon foi comemorado mais uma vez no Thunderbird Lounge, a festa mais famosa da cidade. O aluguel do salão era de U$3.000,00.